Liberdade de Escolha: Como poupamos os nossos custos de telecomunicações e ganhamos qualidade

Olá a todos,

Debati-me durante algum tempo se deveria ou não fazer este post, mas creio que é algo que não posso passar mais tempo sem o fazer.
Por acaso têm lido com olhos de ver a vossa fatura de telecomunicações? Idos estão os tempos em que um pacote de comunicações era algo que se podia usar para poupar alguns euros. Not anymore.
Se és como eu, provavelmente já a leste e já te questionaste sobre o porquê de pagar tanto por serviços de telecomunicações que não usamos completamente. Foi exatamente isso que me levou a repensar o nosso contrato com um operador dito “tradicional”.
Ao contrario do que alguns colegas pensam, não estou aqui para denegrir ninguém, mas sim para partilhar como conseguimos passar de pagar 89€ por mês por um pacote que incluía 4 cartões de telemóvel, internet por fibra, TV e uns extras que nem sequer usávamos, para uma solução muito mais barata e ajustada às nossas reais necessidades cá em casa.

No final de contas, estamos agora a pagar 56€ no total, com serviços que realmente utilizamos, e ainda ficamos com mais liberdade para moldar o nosso consumo.
Parece bom demais para ser verdade? Então irei te contar como foi este percurso.

A Premissa: “Mas precisamos mesmo disto tudo?”

Como a maioria das pessoas, assinámos um pacote tradicional de telecomunicações porque era “mais prático”. Um único operador, um único pagamento, e pronto: tens internet em casa, TV com 200 canais (dos quais só assistes a 5 ou 6), telefone fixo (que fica a apanhar pó porque quem é que ainda usa isto?), e cartões de telemóvel para toda a família.

Só que a certa altura, começámos a olhar para o valor da fatura e a perguntar-nos: “O que estamos a pagar?”

  • TV: 200 canais, mas raramente saíamos das plataformas de streaming. Netflix, Plex, Disney+, HBO… tudo o que queríamos já estava lá.
  • Telefone fixo: Um dinossauro em extinção. Literalmente ninguém da nossa casa usava.
  • Internet: Sim, usávamos, mas será que o pacote fornecido tinha a paridade qualidade/preço que pagávamos?
  • Cartões de telemóvel: Cada um tinha chamadas ilimitadas e internet, mas será que cada um custava o preço justo?

Ao fazer as contas, percebemos que estávamos a pagar mais pelos “extras” do que pelos serviços que realmente valorizávamos. Era hora de mudar.

A Decisão: Fragmentar para Poupar.

Foi então que comecei a procurar alternativas. Pesquisámos, lemos opiniões, comparamos preços e percebemos que o mercado estava repleto de soluções mais económicas especialmente com a chegada de novos operadores. A ideia era simples: abandonar o pacote “tudo em um” e fragmentar os serviços de acordo com as nossas reais necessidades.

Aqui está o que escolhemos:

1. Internet (link secundário) + TV: 34€ com a Uzo.

Optámos pela oferta da Uzo para ter internet de 1GB e TV. Porquê? Porque é simples e direta ao ponto:

  • Internet: 1GB/400mbits de velocidade chega perfeitamente para todas as necessidades da casa, desde streaming a trabalho remoto em caso de falha de link de fibra primário.
    Afinal, com tanto dependente da internet em casa – desde trabalho até os miúdos com as aulas e entretenimento – ter um plano B era uma prioridade para nós.
  • TV: Simplesmente não precisamos de pacotes com centenas de canais. Temos acesso aos básicos e complementamos com as nossas plataformas de streaming preferidas.
  • Telemóvel: Dois cartões moveis com 200Gb de tráfego acumuláveis e chamadas ilimitadas com 1000 sms incluídos (embora hoje em dia acho que fazem tanta falta como telefones fixos).

Ah, e nada de extras desnecessários como aquelas boxes sofisticadas que só servem para estarem sentadas no móvel da tv como um napron da avó da década de 80 do século passado.

2. Link Primário de Fibra: 10€ com a Digi.

Como precisávamos de um acesso primário para a internet com todo o upload possível, e tendo em conta o valor imbatível de 1GB simétrico escolhi a Digi. Simples, económico e sem complicações.

3. Cartões de Telemóvel: 12€ por dois números extra com a Digi.

Para os cartões de telemóvel que ainda eram necessários, apostámos igualmente na Digi. Esta escolha deu-nos:

  • Dois números de telemóvel adicionais.
  • Internet móvel ilimitada (200 GB incluídos e cap de velocidade a 2MB a partir desse ponto.).
  • Um preço que mais parece uma promoção eterna: 12€ por mês pelos dois.

O Que Deixámos para Trás.

Ao optarmos por esta abordagem fragmentada, dissemos adeus a várias coisas que, sinceramente, não nos faziam falta:

  1. Telefone Fixo: Vamos ser honestos, quem ainda o usa? No nosso caso, servia apenas para receber chamadas de publicidade ou alguém a perguntar se esta era a casa da senhora Maria. Era um peso morto.
  2. Pacotes Gigantes de Canais de TV: Hoje em dia, tudo o que queremos assistir está no streaming. Porque pagar por canais que só ocupam espaço no guia da TV? TV do uzebequistão? A sério MEO?
  3. Extras como MEO Go e Apps que Nunca Abrimos: Para quê pagar por “benefícios” que, na prática, só servem para justificar um preço mais elevado?

O Resultado: Menos 33€ por Mês e Mais Liberdade.

Passámos de 89€ para 56€ por mês, com tudo o que realmente utilizamos e zero desperdício. Mas não foi só o dinheiro que poupámos:

  • Mais controlo: Cada serviço é gerido separadamente, o que nos dá mais poder para ajustar ou cancelar conforme necessário.
  • Sem amarras: Acabaram-se os contratos de fidelização de 24 meses. Se um dos serviços deixar de nos satisfazer, podemos trocar sem penalizações ao fim de 90 dias na fibra, e no mês seguinte no caso dos telefones.
  • Satisfação: Agora sabemos exatamente o que estamos a pagar e porquê. E sabe tão bem ver uma fatura mais baixa no final do mês!

O Que Aprendemos.

Esta experiência ensinou-nos várias coisas sobre o mundo dos serviços de telecomunicações e consumo em geral:

  1. Os pacotes tradicionais são convenientes, mas tornaram-se pouco eficientes. Eles criam uma ilusão de “vantagem”, quando na realidade muitos de nós não usufruem sequer de metade do que pagam.
  2. Vale a pena pesquisar e comparar. Existem alternativas que oferecem mais valor pelo dinheiro, especialmente se estivermos dispostos a “descentralizar” as nossas escolhas.
  3. Consumo consciente é libertador. Reduzir custos sem sacrificar qualidade é uma sensação incrível. E saber que não estamos a pagar por coisas que não usamos é ainda melhor.

Se chegaram até aqui, talvez estejam a pensar que também podias fazer uma mudança parecida. Acredita, não é difícil. É preciso um pouco de paciência para investigar as opções e alguma coragem para romper com a “zona de conforto” dos pacotes tradicionais, mas o resultado compensa.
Tecnicamente, ao nível das redundâncias de rede, basta adicionar duas defaults gateways com pesos diferentes. No meu caso coloquei a Digi com peso de 1 e o Uzo com 254. Em caso de falha da que está em prioridade 1, o desenho do protocolo IP irá fazer o tráfego ser encaminhado pela segunda gateway.

Se estão a ponderar algo assim, deixo-vos algumas dicas:

  • Façam uma lista do que realmente usam e precisam.
  • Compara os custos e serviços de diferentes operadores (e não te esqueças dos menos conhecidos, que muitas vezes têm as melhores ofertas e muitas vezes não sonhas que vendem serviço na tua zona).
  • Considera dividir os serviços em vez de centralizar tudo num só operador.
  • E lembra-te: não te deixes levar por “extras” que só parecem vantagens no papel.

Por aqui, estamos extremamente satisfeitos com a mudança e, sinceramente, não conseguimos imaginar voltar ao modelo antigo. Afinal, porquê pagar mais por menos liberdade?

Espero que tenham gostado do post desta semana. Foi uma viagem extremamente interessante e educativa.
Se por acaso virem algo que não concordem ou teriam feito de forma diferente, sabem onde me encontrar.

Um abraço.
Nuno